domingo, 31 de dezembro de 2023

Mônica recebe visita de padre

 


Numa certa tarde no ano de 1936, Mônica estava em sua casa, quando um carro parou à sua porta, e ela viu que era o padre Francisco, que viera visitá-la. O padre desceu do carro, e disse:

- Posso falar com a senhora?

- Entra, padre!

O padre entrou, e Mônica se sentou em sua cadeira de balanço, e disse:

- Sente-se.

O padre se sentou no sofá, e disse:

- Bom, minha amiga, vou direto ao assunto. Faz tempo que a senhora não comparece à missa, e ainda não levou seu filho Antônio Neto mais. Como quer que ele cresça nos caminhos do Senhor?

- Padre, o Antônio Neto é muito respondão e rebelde, depois que chegou esses italianos, ele parou de me respeitar, fez amizade com uma pirralha italiana, logo eles, que vivem querendo tomar as terras do meu primo Jefferson.

- Bom, eu não vejo mal algum nessas famílias italianas que aqui chegaram...

- Como ousa me contrariar, padre? Olha, eu não estou bem com esse pessoal, e ainda ando doente. Tudo por conta de aborrecimento.

- Onde está seu filho?

- Está no mato, capinando, cultivando terra. Ele adora pegar a enxada.

O padre disse:

- Eu gostaria que a senhora fosse na missa amanhã, o padre de Vila Dourada vai vir celebrar a missa aqui no sítio Maniçoba, tem uma comunidade inteira e até nessas bandas de Lajedo de Canhotinho, Jurema, Cupira de Panelas, deve vir gente.

- Me esforçarei pra ir, padre.

- Muito bem. Eu vou indo.

O padre se retirou, e Mônica na sua cadeira de balanço, falava sozinha...

- Não gosto muito desse padreco... depois que ele defendeu os italianos, perdeu meu respeito.

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