Numa certa manhã, a mendiga Dardina encontrou seu primo distante Esdras, perto do jardim botânico onde ele trabalha. Esdras viu a mendiga e lhe disse:
- Dardina, tu ainda tá nessa vida?
- E isso que te interessa?
- Você é minha prima.
Dardina riu e disse:
- Desde quando vocês se preocuparam comigo? Oxe, tá me tirando é?
- Dardina, você envergonha nossa família, e não é só por ser pobre, mas tu fica dando golpe nas pessoas de bem.
- Ah, e isso é problema meu.
- Valdenes já me contou a peça ruim que você é, ele viveu nas ruas e te conhece muito bem.
- Ah, aquilo é louco varrido, nem dou atenção pra ele, e tu nem deveria dar atenção, também.
Esdras disse:
- Quando é que tu vai se corrigir, Dardina?
- Eu sou incorrigível.
Nessa hora, apareceu Hadassa, que ia para a escola, e ao ver o pai discutindo com ela, disse:
- Quem é ela, pai?
Dardina disse:
- Oxe, diz pra sua filha que sou sua prima.
- Eu digo, sim. Mas ensinarei a ela o bom caminho para que ela não siga seu exemplo.
Dardina se retirou, e Esdras disse à Hadassa:
- Ela é sua tia, mas nunca siga o exemplo dela. Ela sempre gostou de roubar, fazer coisas erradas. Agora, vive pelas ruas.
- Por isso eu senti um mau cheiro nela... e toda suja, ainda...
- Ela está assim, mas não é culpa nossa. É culpa dela mesma.
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