Moradora de rua, a Solange chegou na rodoviária e foi se deitar ao lado da lanchonete de Marlene, na rodoviária. Mas Marlene disse, acordando-a:
- Sai daí, não pode ficar aí!
- Oxe, mas eu sempre cochilo aqui.
- Já disse que não pode.
Solange olhou Marlene com raiva e disse:
- É, depois que tu ficou rica, se esquece do seu passado. Tu morava nas ruas, feito eu, e até te trouxe comidas várias vezes. Agora, tá toda exibida.
- Solange, se tu pensa assim, não posso fazer nada. Mas sai daqui, por favor.
- Tá certo, vou sair. Nem venho mais tomar café aqui, vou lá pro Pátio Verona, lá pra lanchonete da dona Quitéria, ela, sim, recebe bem os andarilhos!
Solange se retirou, e Marlene disse para suas duas funcionárias Deinha e Santa:
- Já disse, não dêem mais nada de graça a essa gente de rua. E não quero nenhum deles dormindo perto da minha lanchonete!
Deinha e Santa obedeciam, mesmo sem concordar com a ordem.
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