Inalda foi na venda de Ed, que mesmo sendo proibido de "servir alemães e italianos", desobedeceu à proibição. Inalda começou a beber, e Ed disse:
- O que tu tem?
- Chateada com essa situação, tive meu rádio tomado, estou sendo hostilizada nos locais, lá mesmo em Vila Dourada, me olham de cara feia. Parece que ser alemã agora é crime imperdoável.
- Lamentável, aqui mesmo já vieram policiais de Vila Dourada me proibindo servir alemães e italianos.
- E você se arriscando por mim?
- Inalda, você não tem culpa dessa maldita guerra. Tem muita gente inocente sofrendo. Ontem, mesmo, a coitada da dona Mônica veio aqui e chorou muito porque o filho dela, o Antônio Neto, foi chamado pela Força Expedicionária Brasileira. E claro, que como mãe, ela teme pela vida do filho.
- Eu me sinto até aliviada que minha prima Danielly tá aí, mas minha amiga de infância Alessandra tá num campo de concentração e eu não sei se ela tá viva ou morta! Estou muito angustiada.
- O que eu mais acho chato nisso tudo é que esses poderosos brigam entre eles, mas só sobra para os inocentes.
- Acredite, eu sou alemã, mas pelo meu desejo, aquele ditador Hitler jamais teria chegado ao poder. Ele se aproveitou de uma nação com problemas e fragilizada para seduzir as pessoas com os discursos de ódio dele. E infelizmente, deu certo pra ele. Eu acho que agora, só param ele se matá-lo. Não desejo esse mal a ninguém, mas talvez seja a única forma de acabar com esse inferno!
Ed abraçou Inalda, e lhe disse:
- Vai pra casa, você precisa descansar. Não quero que lhe façam nenhum mal.
- Está bem.
Inalda saiu dali, e Ed dizia para si mesmo:
- O que é que essa maravilhosa mulher tem a ver com essa maldita guerra? Os homens grandões brigam e os inocentes são quem sofrem!
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